26 setembro 2011

História ou realidade?

Por meio da contação de história para os alunos do 2º ao 4º ano do Ensino Fundamental, a professora Edwiges mediou a discussão sobre a Lei do Piso Nacional. Confira:

ALICE E KELLY


Edwiges L. P. e Castro


Esta é a história de duas grandes amigas: Alice e Kelly. Nasceram no mesmo ano, suas famílias eram amigas, cresceram juntas, estudaram na mesma escola e sonhavam com o futuro: Alice queria ajudar as pessoas a construírem seus sonhos: ser professora. Kelly queria construir coisas: ser engenheira.

As duas se dedicavam aos estudos com afinco e persistência. Entraram para a Universidade e como eram de classe pobre, trabalhavam e estudavam. Mesmo com todas as dificuldades de estudar e trabalhar (Cansaço, noites mal dormidas, falta de tempo para a família e amigos...) as duas concluíram seus cursos. Alice, após quatro anos de estudos, se formou em Pedagogia, fez curso de especialização (um ano) e mestrado (dois anos). Kelly, após 5 anos de estudo, se formou em Engenharia.

Alice arranjou emprego na Prefeitura e, feliz, começou a trabalhar em uma escola Municipal. Seu piso salarial? R$ 699,00.

Kelly, depois de fazer seu estágio em uma empresa de construção foi admitida como engenheira. Seu piso salarial? R$ 4.900,00(O equivalente a 9 salários mínimos).

Alice, para ter um salário melhor, arranjou emprego em outra escola. Estudava diariamente para elaborar o plano de aula e encontrar formas diferentes de ensinar quando algum de seus alunos não progredia. Passava tardes inteiras de sábado e domingo corrigindo e elaborando atividades de seus alunos. Kelly a convidava para sair e raramente ela podia acompanhar a amiga, pois estava sempre muito ocupada com as atividades extra-escolares.

Um dia, um presidente da república reconheceu que os professores estavam muito mal remunerados e criou a seguinte lei:

Nenhum professor poderia receber menos de R$ 1.597,00;

Todo professor deve ter um tempo para atividades extraclasse;

Seu aumento será de acordo com o Ministério da Educação e acontecerá sempre em dezembro de cada ano.

Alice ficou maravilhada. Já não teria mais que ficar, junto com seus colegas de trabalho, implorando ao prefeito da sua cidade por um aumento de salário depois de tantos anos de estudo.

Porém, quando o Sindicato dos professores, depois de muitas tentativas de conversar com a Prefeitura, pressionou o prefeito para fazer cumprir a Lei Federal, ele disse que em sua cidade não precisava aplicar esta lei pois, segundo ele, já pagava um bom salário aos professores.

Alice e seus colegas de profissão, depois de muitas paralisações, entraram em greve por 26 dias. O prefeito, apesar de não se importar com as crianças sem aula, pois nesse tempo todo pouco conversou com os professores, multou e ameaçou os professores obrigando-os a retornarem às escolas.

Alice, mesmo triste e indignada, voltou à sua escola, com a certeza de que esta luta ainda não estava terminada; que muita batalha ainda viria pela frente.

Kelly, como não pudesse fazer muito para ajudar à sua amiga, enviou uma carta ao prefeito exigindo que ele atendesse aos professores e os tratasse com respeito e dignidade, uma vez que ele havia sido eleito pela população e que não era o DONO da Prefeitura.

Concluindo:

Os alunos demonstraram indignação com a situação vivenciada pela categoria, principalmente, em relação ao baixo salário do professor em comparação com outras profissiões, uma vez que, o nível acadêmico é equiparado. Também manifestram opiniões, tais como: incentivo  e apoio à greve; tornar-se prefeito para agir de maneira a interceder favoravelmente a causa dos professores e a importância do voto consciente nas eleições municipais.